UERJ - RJ - 2006 - R1 - 1

Questão 69

Kátia tem 22 anos de idade e trabalha como auxiliar de serviços gerais em uma creche de sua comunidade. Há três dias queixou-se de intensa odinofagia, além de febre contínua, com temperatura axilar de até 39.5º C. Procurou o Posto de Saúde mais próximo de sua casa, onde recebeu a prescrição de antitérmico e repouso. Kátia permaneceu usando paracetamol por mais quatro dias e, então, a febre desapareceu, permitindo que ela retornasse ao trabalho. No entanto, durante as atividades físicas, Kátia sentia-se mais cansada que o habitual, o que atribuiu à recuperação de sua enfermidade. Cerca de três semanas após seu retorno à creche, Kátia voltou a ter febre, agora não tão alta como a anterior, e houve piora progressiva de seu cansaço, até que uma noite, Kátia acordou com “falta de ar”. Na manhã seguinte, procurou novamente o posto de saúde, onde o médico que a atendeu evidenciou febre de 38.3ºC, FR de 26irpm, FC de 122bpm e presença de um sopro sistólico com irradiação para axila esquerda, além de um sopro diastólico em foco mitral. Percebeu também a presença de alguns nódulos dolorosos em braços e pernas. Devido a este quadro, Kátia foi internada. Ao exame: FC =132bpm, FR = 28 irpm e presença de bulha adicional, interpretada como B3. Além dos sopros cardíacos já descritos, o plantonista descreve também a presença de um sopro diastólico mais audível em foco aórtico acessório. Kátia tem dificuldade para permanecer deitada no leito. No exame do abdômen, o plantonista descreve a presença de hepatomegalia dolorosa e fica em dúvida sobre a presença de esplenomegalia. Após a alta hospitalar, Kátia continuou sendo acompanhada no Posto de Saúde. Ela, seis meses após a alta, se encontrava assintomática. No seu exame físico atual se evidencia sopro sistólico em foco mitral, com irradiação para a axila esquerda. Kátia é internada para tratamento e o plantonista que faz sua admissão obtém o relato de que ela é sexualmente ativa e refere prurido vaginal com corrimento vaginal amarelado, intenso e com odor desagradável há três dias. Kátia, embora não queira engravidar, diz que não faz uso de preservativos ou outro método contraceptivo, e que confia em Jorge, que é seu namorado e único parceiro. Durante o exame, constatou-se um pH vaginal de 6,5 e, no esfregaço vaginal a fresco, notou-se a presença de muita quantidade de células inflamatórias. Como Kátia não faz uso de preservativos ou outro método contraceptivo e não tem intenção de engravidar, a mesma deve ser informada e esclarecida sobre os métodos contraceptivos. A pílula anticoncepcional tem sido o método mais frequentemente indicado, apesar de que o uso concomitante do preservativo deve ser estimulado para prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Kátia foi à consulta acompanhada de sua mãe, D.Clotilde, de 54 anos, que fez consulta com ginecologista. Esta senhora, que mora em outro Estado, estava preocupada, pois havia realizado uma mamografia de alta resolução, em caráter de rotina, e o laudo radiológico mostrou mamas densas, sem nódulos aparentes e classificação “0” (zero) Bi-rads. O médico solicitou, para melhor esclarecimento diagnóstico, uma complementação desta mamografia, com o seguinte exame:
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