Questão 30
Você é Médico Residente de uma Unidade de Saúde que possui Emergência e recebe, para atendimento no seu plantão, a Sra. Helena, 53 anos, costureira em uma confecção de roupas femininas há 22 anos. Sua queixa é de dor de média intensidade na perna esquerda, iniciada há dois dias, após sua jornada de trabalho. Também refere um quadro compatível com estado gripal, que, segundo ela, já durava mais de uma semana. Helena complementa sua renda familiar trabalhando, nos finais de semana, como acompanhante de uma senhora idosa acamada. Informa que sua saúde sempre foi boa e não possui hábito de ir ao médico regularmente. Refere ter sido fumante dos 17 aos 40 anos de idade, quando parou de fumar por recomendação do médico que acompanhava o pré-natal de seu segundo filho, Daniel, hoje com 13 anos. Sabe ser diabética há três anos, com adequado controle glicêmico, com dieta e uso de hipoglicemiante oral.
Ao exame clínico, Helena apresentava bom estado geral, mucosas normocoradas, PA=140x80mmHg, ausculta cardíaca e pulmonar normais, abdômen obeso, indolor a palpação. A perna esquerda apresentava-se com discreto aumento de volume, dolorosa a palpação.
Diante do quadro clínico, você decidiu solicitar hemograma e eletrocardiograma - com resultados normais - e uma radiografia simples do tórax, a qual revelou infiltrado micronodular no lobo superior do pulmão esquerdo.
Helena mora com sua mãe, Dona Maria de Lourdes, que não é hipertensa, não fuma e não tem história de doença cardiovascular na família. O pai de Helena, Sr.Gustavo, faleceu aos 45 anos de infarto agudo do miocárdio (IAM).
A filha mais velha de Helena, Vivian, tem 20 anos e é estudante de enfermagem (3º período). Vivian fez um trabalho na faculdade com o objetivo de avaliar a influência de fatores de risco no câncer de mama. Ela reviu os prontuários de 212 pacientes que receberam o diagnóstico de câncer de mama entre 1995 e 2000, confirmado por exame anatomopatológico, e que foram submetidos a algum tipo de cirurgia na mama. Comparou este grupo com um grupo de 424 mulheres internadas neste hospital, na mesma época, com características gerais semelhantes às do primeiro grupo, exceto por não apresentarem nenhum indício de doenças mamárias. Entre outras observações, o trabalho de Vivian mostrou que a história familiar de câncer de mama aumenta o risco desta patologia em 8,8 vezes.
O desenho deste estudo e uma característica do mesmo são, respectivamente:
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