UFRJ - RJ - 2006 - R1 - 1

Questão 96

A história de Marilúcia, 25 anos, teve início há aproximadamente três meses com episódios de dor na região mesogástrica em cólica, algumas vezes de forte intensidade, que piorava com a alimentação e melhorava com a evacuação e eliminação de flatos. Refere tendência a constipação intestinal, que se intensificou nos últimos meses, ficando por vezes quatro dias sem evacuar. Relata que nos últimos 15 dias surgiu febre (não aferida) e que há cinco dias a dor abdominal passou a ser mais intensa, constante, piorando com a tosse e a deambulação, localizando-se inicialmente em quadrante inferior direito de abdome e depois se tornando difusa. Há dois dias houve aumento da febre e parada de eliminação de gases e fezes, com aumento de volume abdominal, tendo procurado a emergência de hospital próximo à sua residência. Relata artralgias em mãos e cotovelos e dor lombar relacionada à movimentação nos últimos seis meses. Nega passado de outras doenças ou de cirurgias. Última menstruação há dois meses, gesta-0. Uso de pílula anticoncepcional há três anos. Pais vivos e saudáveis. Ao exame físico: regular estado geral com fácies de dor, discretamente hipocorada, anictérica, acianótica e desidratada. TAX 38,5º C, PA 90/60 mmHg, FC 120 bpm, FR 20 irpm. Abdome muito distendido, doloroso à palpação, principalmente em fossa ilíaca direita, onde se palpa massa de contornos mal delimitados e muito dolorosa. Sinais de irritação peritonial presentes. Demais aparelhos e sistemas sem alterações. Exames laboratoriais: Hemoglobina 10,2 g/dl, hematócrito 33%, leucócitos 14.000 /_l (0/0/23/68/7/2). Rotina para abdome agudo mostrou distensão de alças de delgado com presença de níveis hidroaéreos. Na cirurgia foi observada presença de massa inflamatória englobando íleo terminal, apêndice e ceco, com intensa reação inflamatória focal, formação de abscesso, espessamento de mesentério e adenomegalia regional. A cirurgia realizada foi: ileocolectomia direita com ileotransverso anastomose e deixado dreno tubular na goteira parieto-cólica direita. A anastomose foi feita manualmente, em plano único de sutura com fio inabsorvível monofilamentar. As complicações relacionadas às suturas intestinais realizadas na anastomose:
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