UFRJ - RJ - 2006 - R1 - 1

Questão 31

Aos 60 anos de idade, Sra. Lívia vai ao seu ginecologista para avaliar a necessidade de terapia de reposição hormonal (TRH). Não tem queixas relativas ao climatério. Refere incontinência urinária há alguns meses. Diz sentir necessidade “súbita” de urinar, o que resulta em perda de urina antes de conseguir chegar ao toalete. Refere nictúria e aumento da frequência urinária. Nega disúria ou dor abdominal. Sempre foi ativa, mas está atualmente limitada na vida social por este constrangimento e tem a sensação de presença de “bola na vagina”. A menopausa ocorreu aos 50 anos. Tem história pessoal de fratura vertebral há cinco anos(achado radiológico). Sua mãe teve fratura de colo femoralaos 82 anos. Branca, de origem europeia, é intolerante a lactose desde a infância. Fez uso de corticosteroide na juventude por asma (SIC). Sua carga tabágica é de 35maços/ano. Ingere café com frequência. Tem insônia. Avó materna e tia com história de câncer de mama. Tios com história de câncer de intestino. Pai faleceu de infarto aos 50 anos de idade. Casou-se aos 20 anos, e teve dois partos normais. PA: 140x90mmHg. FC: 65 bpm. Exame físico normal. Sua altura é de 170 cm e seu peso atual de 56 quilos. Informa que sempre foi magra, embora sedentária. Para avaliar os riscos e benefícios da terapia de reposição hormonal (TRH) mais utilizada nos EUA (estrogênio, 0.625 mg/d e medroxiprogesterona, 2,5 mg/d, via oral), foi realizado ensaio clínico randomizado, multicêntrico, de acompanhamento de 16.608 mulheres saudáveis em período de pós-menopausa, entre 50 e 79 anos, tendo como principais desfechos de avaliação de risco: doença coronariana e câncer invasivo de mama. Também foi criado um índice de balanço risco-benefício que considerava, além desses desfechos, outros como embolia pulmonar, acidente vascular encefálico, câncer endometrial e colorretal, fratura de quadril, mortes por outras causas. Os dados foram analisados de acordo com o tempo de uso e o princípio de intenção de tratar. O estudo estava previsto para durar 8,5 anos, mas foi interrompido após 5,2 anos de acompanhamento na medida em que as evidências de riscos superaram as de benefício (em 19 por 10.000 pessoas/ano, com excesso de 8 casos para câncer de mama e de 7 casos para doença coronariana). A publicação desse resultado em 2002 gerou uma série de discussões por parte da comunidade acadêmica e, naturalmente, inseguranças e questionamentos por parte das pacientes. Com base na inspeção dinâmica da genitália externa, e obedecendo aos critérios da Sociedade Internacional de Continência, o ginecologista fez a seguinte anotação: ponto Aa=+3; ponto Ba=+5; ponto C= - 8; ponto D= -10; ponto Ap=+2; ponto Bp= +2. O diagnóstico é prolapso:
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